Era Uma vez a Liberdade... Histórias para falar com os medos

João Seabra Diniz
A VERDADE DO MEDO E O MEDO DA VERDADE
A difícil relação entre a realidade e o fantasma


Argumento

O medo é uma presença frequente na vida humana. Supõe uma perceção da realidade de que o outro, e os outros, fazem parte. Mas tem uma importante componente de fantasmas, que condicionam a maneira como essa realidade e esses outros são percecionados. Depende ainda do desejo e da forma como se imagina que ele pode ser satisfeito na realidade. Entre os vários fatores há uma interação complexa.

“Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”
Eça de Queiroz.

Notas Biográficas

João Seabra Diniz é Psicanalista, Presidente do Instituto de Psicanálise de Lisboa,membro titular, didata e membro da Comissão de Ensino da Sociedade Portuguesa de Psicanálise e reconhecido pela Associação Psicanalítica Internacional como Psicanalista de Adultos e Psicanalista de Crianças e Adolescentes.
Pertenceu ao quadro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde trabalhou em estabelecimentos para crianças privadas de meio familiar normal e tem uma larga experiência no acompanhamento de casais e crianças que passaram pelo processo de adoção. Integrou, como Psicólogo Clínico uma Equipa de Saúde Mental Infantil, tendo trabalhado também no Hospital Infantil de S. Roque. Foi Diretor do Serviço de Ação Social da Misericórdia de Lisboa. Colaborou como supervisor da equipa materno-infantil no Centro das Taipas. Foi membro do Conselho Nacional da Família, designado para essa função, a título de Individualidade, pela Alta Comissária para a Igualdade e a Família. Desde há muitos anos que tem dedicado especial atenção às atividades de formação a vários tipos de profissionais. Autor de numerosos artigos em revistas científicas, tem colaborado regularmente nos meios de comunicação social. É autor de “Este meu filho que eu não tive: a adopção e os seus problemas” (2007) eco-autor de “A Família Portuguesa no século XXI” (2015)


Sílvia Madeira
SER LIVRE, PODER ESCOLHER. Releitura de um conto de Andersen.


Argumento
Liberdade. Medo. Responsabilidade. Obediência.Como interagem estas dimensões no humano? Como se articulam? Umas (algumas) darão origem a outras? Como as arrumaremos? Liberdade com responsabilidade? Medo com obediência? Talvez demasiado simplista. A responsabilidade não poderá estar intimamente ligada à obediência, às normas sociais, aos constrangimentos morais e éticos? E o que dizer da liberdade e do medo? A liberdade implica autonomia que nos afasta pelo menos de vez em quando do consenso da maioria. E nem todo o medo é físico…
O João (nome fictício) foi trazido à consulta pelos pais, que se mostravam muito preocupados com um comportamento que o então adolescente exibia: à menor contrariedade, entenda-se chamada de atenção dos pais, limitação de pedidos, lançava-se para o quintal da casa e com uma pá abria buracos no muro, destruindo-o. A mãe demonstrava a sua perplexidade repetindo: “ Era uma criança tão obediente!”.
O conto de Andersen “O rouxinol e o imperador” narra a prisão da ave aos desejos do soberano, porque este detinha esse poder e enquanto assim o desejou, até se cansar e se esquecer do rouxinol. Livre, este volta para espantar a Morte que pretende levar o imperador…Aqui o medo (da morte) do imperador parece tê-lo conduzido ao respeito pela liberdade do rouxinol e este, finalmente livre, volta. Por conhecer também ele o poder (o medo) da morte ou porque é responsável?
Será possível viver humanamente sem nenhuma liberdade, nenhuma responsabilidade, nenhuma obediência, nenhum medo?Que papéis jogam na construção pessoal cognitiva, afetiva, social? Haverá “doses máximas e mínimas”? Devem ser introduzidas educativamente, em idades sensíveis?
A partir da releitura (de uma releitura) do conto de Andersen “O Rouxinol do Imperador” e da análise de casos clínicos, procuraremos refletir sobre a importância estruturante destas dimensões na construção do humano.


Notas biográficas
Sílvia Maria Gonçalves Madeira (1957) é Psicóloga Clínica e Mestre em Ciências de Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade de Lisboa. É Professora Adjunta na Escola Superior de Educação de Santarém onde tem leccionado aos Cursos de Ensino Básico, Educação Social e Animação Comunitária . Estagiou na Casa da Praia com o Dr. João dos Santos e tem-se dedicado às pedagogias não formais e informais, nomeadamente aos contos, ditos tradicionais, no desenvolvimento e estruturação do ser humano.


Miguel Horta
"CONTA-NOS UMA HISTÓRIA PARA ESPANTAR O MEDO" 


 Argumento
São 9.30h. da manhã. Entro na biblioteca prisional e sento-me à mesa com um grupo de reclusas - vamos falar do medo. Todos os dias falamos da liberdade, ao ponto de ela se tornar forma, sólida, tangível, irremediavelmente presente. Mas falamos muito pouco sobre o medo, tão familiar e insidioso que aos poucos se instala no silêncio. “Conta-nos uma história para espantar o medo”, pedem-me.

 Notas Biográficas
Miguel Horta (1959) é Pintor e dedica-se à partilha e comunicação com o Outro, daí que a sua intervenção se estenda à mediação cultural (museus, bibliotecas públicas e escolares, bairros problemáticos e estabelecimentos prisionais, ruas e praças). É ainda autor/ilustrador de literatura infanto-juvenil (Pinok e Baleote-PNL, Dacoli e Dacolá-PNL e Rimas Salgadas - PNL) eRetratinho de Amílcar Cabral (Teatro). Expôs Troncos e marés na Galeria Appleton Square (2012).Contador de histórias, intervém em contextos muito variados, narrando com regularidade nas “Palavras Andarilhas”.É Formador na área da mediação leitora e mediação junto de populações com necessidades educativas especiais e Integra o projeto10x10 do Programa Descobrir/Gulbenkian onde exerce com regularidade a sua atividade de mediador cultural no Centro de Arte Moderna.

Curriculum sintético
Pintor. Mediador cultural, intervindo em museus, bibliotecas públicas e escolares, bairros e prisões. Autor/ilustrador de literatura infanto-juvenil: Pinok e Baleote-PNL,Dacoli e Dacolá-PNL,Rimas salgadas(poesia) eRetratinho de Amílcar Cabral(Teatro).Narrador oral.Formador na área da mediação leitora e das necessidades educativas especiais. Expôs Troncos e marés na Galeria Appleton Square (2012)